As ligações das famílias Abecassis, Azulay, Buzaglo, Seruya

De Carlos Seruya no seu caderno

(páginas 101 a 107)

1986

O meu Pai guardou durante anos um livro de apontamentos genealógicos do José Abecassis, que este lhe deve ter emprestado e esquecido de reclamar a devolução. Encontrei-o nos papéis do Pai e nunca o devolvi ao José antes de ele se zangar comigo. Depois aconteceu o seu falecimento e, Agosto de 1985. O nosso corte de relações, iniciado por ele, foi para mim um grande desgosto, tive noites de insónia, dias de tristeza, muita amargura. Enfim, finalmente entreguei o livro de genealogia, em Fevereiro de 1986 ao José Maria Abecassis, a quem pertence de direito. Do livro retirei algumas notas que me interessam:

Um senhor Isaac Conquy que casou com Sarah Tadesqui (de Corfou) teve 5 filhos e desses

  • Rosa casou com José Azulay, e estes tiveram Salvador Azulay (1841/1917) em S. Miguel, que casou com uma prima Simmy Abecassis, filha da irmã da Rosa, Julia Conquy, esta casada com Fortunato Abecassis, meus bisavós.

Portanto, os Azulay que eu conheci, José (1865/1930), Isaac, Frederico, Rosa (tia Rosinha) e Júlia (1872/1935) eram filhos do Salvador e Simmy e portanto primos diretos de minha Mãe e do meu Pai, pois Simmy era irmã de Ester Abecassis e de Isaac Abecassis, os meus Avós.

A tia Rosinha, falecida em 2/11/1934 casada com Simão Cohen (irmão de Leão Cohen, amigo de meu Pai, de África, e que almoçava em nossa casa na Av. António Augusto de Aguiar, de vez em quando e de Benjamim Cohen, pai de Mary Espírito Santo, da Vera, etc.), era um encanto de pessoa, e teve a Lily casada com o Frank Zagury (pais de Cecil Zagury que viveu a sua infância e adolescência com a avó, em Paris) e a Simmy casada com o Alfredo Amzalak que viveram no Brasil, e que conheci, ainda, bem, quando ele vinha a Lisboa.

  • Júlia (1820/1888) casou com Fortunato Abecassis (1799/1877) e tiveram 7 filhos:
    1. Issac, meu Avô
    2. Moysés, c.c. Isabel Brush, pais da célebre prima Julita Ledborough de Londres e avós de Richard.
    3. Jacob, (1853/1925) c.c. Judith (Gerty) pais do Artur Artur Abecassis c.c. Maria Eça Leal.
    4. Anna (1832/1923) c.c. s/ tio Abrãao irmão do Pai.
    5. Sara (1837/1923) c.c. Isaac Buzaglo, e tiveram Júlia c.c. Elias Seruya, pais da tia Lyce.
    6. Simmy, c.c. Salvador Azulay já atrás falado.
    7. Ester c.c. Mark Seruya, meus Avós.

O livro do José não diz nada do nosso parentesco com os Anahory, que eu sei que existe, e também com Athiss. Onde procurar?

__________________________

Mais genealogia

Muitas vezes pensei no nosso parentesco com os Buzaglos, e, afinal, ajudado pelo José Maria Abecassis, decifrei o “enigma”.

Uma outra filha de Isaac Conquy a Sarah Tedesqui,

  • Simmy, casou com Shalom Buzaglo de quem teve:
    1. Felicidade, que casou com o Tio Manuel, irmão da Mãe
    2. Moysés, casado com Sophie Isaac e que teve:

Mair, c.c. Mary Benoliel Amzalak pai do Benjamim, Carlos, Eduardo, Sofia, Ester, Olga (Sofia Abecassis, Ester … Folque e Olga Costa Duarte e Magda Bensusan) estes últimos todos meus conhecidos.

Um filho do Benjamim, que fundou a Tinturaria Portugália (o Benjamim), é o Henrique Buzaglo que convive bastante com o Nuno, fazem ginástica juntos no Ginásio Clube. Está hoje em dia muito próspero, depois de ter perdido  a Portugália no 25 de Abril, montou a sua loja na Rua Buenos Aires que lhe dá grande rendimento, resultado de trabalho árduo e persistente juntamente com a segunda mulher, a Odette, sua antiga empregada.

O Carlos era o meu querido amigo Carlos Buzaglo de quem conservo uma carta escrita a mim, com 10 anos, e que muito estimo. Era o Pai da Sofia Paiva Raposo e da Ester Zagury.

A Sofia era a Tia Sofia Abecassis da Rua Saraiva de Carvalho, do ténis, e mãe do Henrique dos chocolates “Marquise”.

O Eduardo, solteiro, grande esteio do Grémio Literário.

A Magda, mãe da Ester Ruah, do Mesod e do Mair, arquitecto da nossa casa da Caparica. Ficou “célebre” pelos seus bolos que eram comprados não só pela família e particulares como também por restaurantes famosos, como o “Belcanto”, etc..

A Ester e a Olga não se davam tanto connosco, mas lembro-me que o Luís Folque tratou de alguns assuntos do meu Pai como advogado que era, e que o Pai se queixava da sua lentidão!

A Olga ia de vez em quando lá a casa jogar com a minha Mãe e o Mário Costa Duarte passava a noite sentado numa poltrona, sem dar “um pau para a caixa”!

Mas que bons tempos!